Com a idade o corpo começa a ficar mais lento e as dificuldades vão aparecendo, até mesmo na rotina diária. Como a atividade física pode auxiliar para que o idoso não se sinta incapaz e com isso, não entre em um quadro depressivo?
Helena Moraes: A incapacidade física como consequência do envelhecimento pode promover um aumento da dependência em atividades diárias (AVDs). Com isso, a dependência nas AVDs, sobretudo quando associado a diversos fatores sociais e neurofisiológicos, está associada ao agravamento dos sintomas depressivos nos idosos.
Esse parâmetro pode ser minimizado pela prática de exercícios físicos de força e aeróbios. Diversos estudos têm observado que idosos mesmo com idade acima de 80 anos podem aumentar a força como reposta de um treinamento de musculação.
Além dessas transformações na qualidade de vida sob o aspecto físico, o exercício físico promove uma melhora na saúde mental. Idosos praticantes de exercício físico têm maior contato social, maior auto-eficácia e aumento da auto-estima. O exercício físico também promove a liberação de neurotransmissores como dopamina, noradrenalina e serotonina, associados ao movimento, humor e prazer. Cronicamente, o exercício físico promove o processo de neurogênese, o aumento da liberação de fatores neurotróficos, o aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da matéria cinzenta cortical. Assim, o efeito do exercício físico no envelhecimento está associado a fatores neurofisiológicos, fisiológicos e psicológicos, promovendo a melhora na qualidade de vida no aspecto mental, cognitivo e funcional.
HELENA DE MORAES É PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E COLUNISTA
CONVIDADA.
(CREF: 017470/G-RJ)