A arteterapia é uma modalidade de terapia, que ao invés de usar somente a palavra, utiliza as imagens para compreender e trabalhar as necessidades do indivíduo que chega. Ela acredita que o processo criativo existente na produção artística é terapêutico e enriquecedor para qualidade de vida das pessoas. Através dos materiais artísticos (lápis de cor, canetinha, carvão, tintas variadas, massinha, argila, sucatas, tecido, linhas, entre outros), progressivamente apresentados, o cliente é convidado a expressar-se, sempre dentro da sua possibilidade e no seu ritmo, produzindo imagens, com formas definidas ou abstratas. Nestas produções não há um compromisso com as técnicas artísticas, e sim, com uma livre expressão, na qual o indivíduo possa externar seus sentimentos, suas sensações e suas imagens internas.
Uma vez que cada imagem está completa, a pessoa, junto com o arteterapêuta formado, analisa tanto o processo de criação como a imagem produzida. Ao refletir sobre o que produziu e como produziu o cliente amplia o seu conhecimento sobre si mesmo, mapeando o seu funcionamento. Assim, torna-se mais fácil perceber as suas características, tanto as que estão bem articuladas, quanto àquelas que precisam ser desenvolvidas e trabalhadas. É importante destacar que cada imagem possuiu o seu significado próprio, atribuído por seu criador e o entendimento dos significados pode ser auxiliado pelo arteterapêuta.
Os materiais expressivos ajudam a pessoa a experimentar novas formas de produzir, fazendo com que ela entre em contato com o novo, em um ambiente seguro e de ajuda, que é a terapia. Dessa forma, ela vai desenvolvendo a sua confiança de experimentar o novo, e no seu tempo, levará essa possibilidade para o seu dia-a-dia, tornando suas experiências diárias mais ricas e criativas. Apesar dos materiais artísticos serem os principais instrumentos de um arteterapêuta, este pode lançar mão de outros recursos que auxiliam o seu trabalho como a música, as histórias, a escrita, o corpo, entre outros.
A arteterapia não é a simples união da psicologia e da arte, pois apesar de utilizar conceitos de ambas, possui uma abordagem própria com estudos sobre os diversos materiais expressivos com suas diferentes propriedades terapêuticas, sobre o processo criativo e os seus resultados emocionais, entre outros. Os resultados apresentados por quem faz arteterapia são muito significativos e gratificantes, uma vez que a vida ganha novos contornos e cores mais vivas.
ANA BEATRIZ A. FARAH É PSICÓLOGA E COLUNISTA CONVIDADA.
(CRP: 05/31916)
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